Texto de Cláudia Barros, Mestre em Arqueologia (Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho); Doutoranda da Escola de Letras Artes e Ciências Humanas (ELACH), da Universidade do Minho; CEHUM – Centro de Estudos Humanísticos (Universidade do Minho), NETCULT – Núcleo de Estudos Transculturais. Resumo: Resguardada no interior transmontano, Favaios guarda em si uma grande riqueza histórica, arqueológica e cultural. Conhecida pelo famoso “Favaíto”, pelas intermináveis vinhas e pelo pão de trigo e de centeio – feito com tanta dedicação pelas padeiras da rua do Capelão Morais –, a vila preserva um passado arqueológico de castros, epígrafes, cerâmica, com toques da Idade do Ferro e dos romanos que lá chegaram. Neste artigo será apresentado o Castro de Vilarelho, um exemplo do património favaiense bem conservado na memória dos seus habitantes e à disposição de qualquer aventureiro que o deseje visitar. Palavras-chave: Favaios; Castro de Vilarelho; Idade do Bronze; Idade do Ferro; Arqueologia.

Vila de Favaios. Cortesia Paulo Ribeiro
Favaios ergue-se em pleno coração do Douro como uma recôndita aldeia vinhateira com raízes na cultura da vinha que tanto lhe deve. Conhecemos Favaios pelo seu doce e licoroso Moscatel Galego Branco e pelo pão que não encontra igual em mais canto nenhum de Portugal. Favaios é o limiar entre o sonho e o descanso, onde de manhã podemos escutar o cantar dos pássaros, e, em tempo de vindima, ver e ouvir as carrinhas a chegar à adega e observar os trabalhadores dedicados a este ofício que tanto suor lhes traz, mas que tanto prazer lhes dá ao final do dia.
De mão dada com a criação de animais, a produção cerealífera de centeio, milho e trigo, e a cultura do olival, surge no meio deste cocktail transmontano a vinha – quem viria a trazer fama à zona e prestígio à região num futuro bem próximo da nossa realidade. A cultura da vinha potenciara, nomeadamente nas freguesias de Alijó e Favaios, uma dedicação total dos seus habitantes à produção vinícola, tendo sido “autorizada a sua comercialização como vinho beneficiado sob a designação de «moscatel».” (Almeida & Almeida, 2004: 347).
Roma fez-se através da máxima panem et circenses[1], Favaios simplesmente trocara o circo pelo vinho, e mantivera o pão. Mas não só de pão e vinho se ergueu esta aldeia, o seu passado também guarda relíquias que poucos conhecem e apenas alguns recordam. O castro de Vilarelho é um desses exemplos. Até ao momento, foram-se fazendo alguns estudos sobre a zona e a Cultura Castreja no Noroeste de Portugal; contudo que mais haverá para descobrir?
Ocupação humana no concelho de Alijó
A presença humana no concelho de Alijó remonta aos períodos da Idade do Ferro, apesar de que “ao longo do I milénio a.C. os habitats da Idade do Bronze tinham esgotado a sua permanência activa, mas alguns deles estarão na origem dos castros da Idade do Ferro” (Almeida & Almeida, 2004: 347). Almeida e Almeida (2004: 347) salientam ainda que:
Os inventários realizados até agora a nível do concelho permitem contabilizar à volta de dezena e meia de castros, os quais se distribuem um pouco equitativamente por todo o território ou seja, há sensivelmente um castro por freguesia.
Com a chegada dos romanos à zona, depois da Idade do ferro, segundo Carvalho (2017: 270) o povoamento romano durante o século I d.C. “não terá conhecido alterações substantivas relativamente ao período anterior. A paisagem continua a ser marcada por povoados amuralhados, alguns de grandes dimensões”, ao qual o mesmo adiciona,
(…) ter-se-á também assistido a uma extensão progressiva desses lugares povoados para além dos perímetros amuralhados, deslocalizando-se as áreas habitadas para as encostas e sopés dos ancestrais cabeços habitados.
Apesar das mudanças que se vão notando, os povoados fortificados mantêm-se. Carvalho reforça ainda que os castros continuam a ter ocupação na Época Romana marcando fortemente estas paisagens rurais, desempenhando “um papel central na estruturação de territórios politicamente descentralizados” (Carvalho, 2017: 272).
Favaios, mais do que uma aldeia vinhateira, um local de nuances castrejas e romanas
A vila de Favaios encontra-se implantada no sopé da serra do Vilarelho e insere-se na malha administrativa do concelho de Alijó. Sobre o topónimo “Favaios”, o ilustre historiador do século XVI João de Barros (1549: 9-10) no seu Libro das antiguidades e cousas notaueis de antre Douro e Minho, e de outras m[ui]tas de España e Portugal, navega até às suas origens e deixa-nos o seguinte testemunho:
Fauaios é uma villa na parte da Galliza, e agora em portugal na comarqua de tras os montes, chamouse Flavia como dizem letreiros antigos que alli vi. Paresse que Ptolomeo lhe chama Flaviobriga, daqueles que edificou el Rey Briguo.
João de Barros menciona um pormenor interessante para a Arqueologia quando na frase “como dizem letreiros antigos que alli vi”, nos fornece uma pista sobre o passado romanizado da vila. Esses “letreiros antigos” poderão tratar-se de epígrafes romanas.

Favaios, suas terras e vinhas. Cortesia Paulo Ribeiro.
Também o designativo latino Flavia parece automaticamente apontar para raízes romanas. Fora esta lógica que fez com que alguns investigadores atribuíssem o nascimento de Favaios a uma antiga comunidade romana que ali se estabelecera. No entanto, há quem discorde e há quem apoie a tese de que o termo Flavia/Flavius tenha originado “Favaios”. Num caso como este convém relembrar que “na passagem do latim para o português fla deu cha, como acontece com Chaves, que tinha a designação romana Aquis Flaviis” (Figueiredo, 2015).
No período medieval, segundo Rocha (2017: 67), D. Afonso II atribuiu, em 1211, uma carta de foral a Favaios[2]:
(…) durante o governo de D. Afonso II foram criados os municípios de Favaios (Alijó), logo em 1211, Vila Chã (Alijó), em 1217, e Vilarinho da Castanheira (Carrazeda de Ansiães), no ano seguinte[3].
As inquirições de 1220 de D. Afonso III demonstram que a vila se encontrava dentro das posses do monarca, tal como salienta Rocha (2017: 98) ao afirmar que o rei “detinha reguengos, casais e/ou herdades nas freguesias de Sanfins do Douro, Favaios e Vilar de Maçada”. Em 1270, Afonso III confirma a carta de foral atribuída por Afonso II, concedendo a Favaios autonomia fiscal e administrativa.
D. Dinis outorga um outro foral a Favaios em 1284[4]. De seguida, em 1384, D. João, mestre de Avis, “doou, por termo, à vila de Ansiães os lugares de Alijó e Favaios, com os seus próprios termos” (Rocha, 2017: 71).
Favaios foi vila e sede de concelho desde 1211 até 1853 – momento em que, através do Decreto de 1853, o concelho de Favaios foi extinto e integrado no de Alijó (Figueiredo, 2015). A 20 de Junho de 1991, foi-lhe novamente atribuído o estatuto de vila, contudo não teria o mesmo peso que o estatuto que tivera de 1211 a 1853 (Figueiredo, 2016).
Almeida e Almeida no artigo, As origens da vinha no planalto de Alijó – o contributo da Arqueologia, enumeram alguns dos sítios arqueológicos e respetivo espólio exumado, e achados isolados que constituem a herança patrimonial do passado da vila, como o Castro de Santa Bárbara[5], o Castro “As Muralhas”, a estela funerária dedicada aos Deuses Manes encontrada na Quinta de S. Jorge[6], e os fragmentos de dolia que imperam no registo arqueológico de S. Bento[7]. No trabalho de Pedro Carvalho, Há dois mil anos em redor do vale do Tua, entre o Douro e Trás-os-Montes: tempos de confronto, paisagens de transição, o autor (2017: 275) refere a possibilidade de que na área compreendida entre Favaios e Alijó, poderá ter existido um cruzamento de estradas romanas[8]. Apesar do potencial arqueológico que Favaios nos reserva, este artigo apenas visará o Castro do Vilarelho.
O passado camuflado na paisagem: o Castro de Vilarelho
Apenas os habitantes de Favaios conhecem o melhor caminho para ir ao encontro do sítio arqueológico; talvez um turista tenha alguma dificuldade em encontrá-lo, e com certeza se perderá pelas longas estradas de terra batida.
Os acessos ao castro não são propriamente fáceis e, pelo menos, até chegarmos bem perto do local, não há nenhuma sinalização na estrada que indique o caminho a seguir. Contudo, depois de descoberto, o trajeto não é complicado: seguindo pela estrada que liga a vila ao campo de futebol – N322 –, vira-se à direita na Adega Cooperativa e segue-se em frente, pela rua de S. Domingos, nunca mudando de direção e mantendo-se sempre nesta via. Depois de percorrer esta “longa” distância, ladeada por casas e terrenos, chega-se a uma estrada de terra batida onde se pode avistar o campo de futebol. Entrando neste caminho, apenas se sai na segunda saída à esquerda. Subindo de leve a encosta, chega-se ao famoso castro[9].
Perspetiva do topo do sítio arqueológico. Cortesia Francisco Chaves.
O Castro do Vilarelho aparenta ser o maior castro do concelho de Alijó. Trata-se de um povoado fortificado de grandes dimensões, situado na serra do Vilarelho, que parece ter acolhido uma vasta quantidade de habitantes. Já fora alvo de interesse por parte de diversos investigadores e interessados em desvendar o que nos dizem as suas pedras. A primeira referência que temos dele aparece na obra Breve Notícia da Terra de Panóias, da autoria de Francisco dos Prazeres Maranhão, em 1836.
“Gozando de uma ampla visibilidade sobre todo o território em redor (nomeadamente para a Burneira e a Senhora da Cunha ou para S. Domingos)” (Carvalho, 2017: 275), possui um excelente posicionamento topográfico na paisagem, o que lhe confere o controle de toda a região envolvente, demonstrando o seu forte interesse geoestratégico.
A partir do castro, consegue-se compreender imediatamente o cenário: ao longe, a paisagem aparece envolvida por cadeias montanhosas, ao mesmo tempo que surgem montes, encostas suaves e vales nos quais a implantação humana se faz sentir. Observam-se zonas de povoamento concentrado, que vão alternando com as vinhas verdejantes e terrenos espaçosos onde pontualmente vão surgindo algumas residências.
Pormenor das ruínas do Castro do Vilarelho. Cortesia Francisco Chaves
Inserido numa zona de solos graníticos onde se vão destacando alguns afloramentos rochosos indomáveis, o sítio arqueológico é ainda governado por um extenso coberto vegetal no qual predominam os três tipos de vegetação característicos da zona: vegetação arbustiva (tojos, giestas), herbácea (fetos) e arbórea (pinheiros, nogueiras).
O sítio apresenta um sistema defensivo de onde saem duas linhas de muralhas que delimitam o espaço. Além das muralhas, podem-se observar “torreões, um fosso e um campo de pedras fincadas” (Carvalho, 2017: 275). De acordo com Armando Redentor (2000: 30), o torreão fora erigido no local mais alto do povoado, a partir do qual se desenvolveu “uma linha de muralha de perímetro semicircular pelos lados poente, ao longo da cumeada, sul, descendo a encosta, e oeste”. Por sua vez, a segunda linha de muralha “entronca na primeira nos cantos sul e norte, delimitando um amplo recinto de inclinação suave, no lado sudoeste” (Redentor, 2000: 30). Nos dias de hoje, ainda se preservam troços do aparelho original de ambas.
Os fragmentos de cerâmica são abundantes, maior parte encontra-se à superfície e insere-se nas tipologias típicas da Idade do Ferro[10]. Armando Redentor (2000: 30) assevera que, nesse mesmo espólio, se encontram materiais do período romano, os quais “Brochado de Almeida e M. Plácido consideram estarem em sincronia com o estilo do aparelho das muralhas”.
Quanto aos períodos de ocupação humana, Carvalho (2017: 275) refere que o castro parece ter deixado provas no registo arqueológico de uma ocupação bastante importante na altura da Idade do Ferro, e uma descontinuidade nessa mesma ocupação no período romano:
No seu interior, à superfície, revela essencialmente uma ocupação importante na Idade do Ferro. Os vestígios de Época Romana também surgem à superfície, mas neste caso de forma muito ténue, parecendo denunciar o abandono do Castro de Vilarelho numa fase inicial da ocupação.
Conclusão
Favaios, assim como o restante Noroeste Transmontano, encerra em si muitos espaços que carecem de estudo e dedicação. Talvez o interior não desperte tanto o interesse dos investigadores ou das massas mais jovens de arqueólogos e historiadores que se vêm a formar nos últimos anos, contudo é imperativo continuar a explorar estes locais trazendo à vida o património que ainda se encontra por explorar.
O concelho de Alijó possui um acervo de histórias e passados que estão ainda por desvendar. Os sítios arqueológicos mais antigos remontam ao Neolítico e ao Calcolítico, nomeadamente mamoas (Alto das Madorras), monumentos megalíticos (Anta da Fonte Coberta) e gravuras rupestres (Pala Pinta, gravuras da Botelhinha).
Os castros apresentam ocupações que remetem para a Idade do Ferro, mas guardam em si traços da romanização – espólio cerâmico e numismático –; e alguns ainda se estendem até ao período medieval. Pode-se estabelecer para esta zona dois tipos de castro: os de grandes dimensões e os de pequena/média dimensão. No caso do castro do Vilarelho este insere-se no tipo de povoado de área extensa, com uma cintura defensiva delimitada por muralhas que abrigaram estruturas e respetivos habitantes nos tempos idos – o mesmo sucede com o castro da Touca-Rota (Pópulo). Os restantes, de pequena/média dimensão, fazem jus ao tipo que lhes é atribuído, abrigando um reduzido número de construções.
A romanização fez-se sentir nestas terras e influenciou desde cedo os lugares por onde se espalhou. Vias, epígrafes com caracteres em latim, pontes (Rio de Moinhos), etc., são prova disso mesmo, uma herança comum fruto de vários períodos, contextos e políticas que deram à vila de Favaios os alicerces para continuar a prosperar diariamente.
Referências bibliográficas
Almeida, A. P. & Almeida, C. A. (2004) “As origens da vinha no planalto de Alijó”, Douro: Estudos e Documentos, IX (17), Porto: FLUP, 345-358.
Barros, J. d., 1549. Libro das antiguidades e cousas notaueis de antre Douro e Minho, e de outras m[ui]tas de España e Portugal.
Carvalho, P. C., (2017) “Há dois mil anos em redor do vale do Tua, entre o Douro e Trás-os-Montes: tempos de confronto, paisagens de transição”, in P. C. Carvalho (ed.), Estudo Histórico e Etnológico do Vale do Tua (Concelhos de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor), Porto: Edições Afrontamento, 241-383.
da Silva, A. C., (2015) “Será a sátira poesia?”, PRINCIPIA, Volume XXX, Rio de Janeiro: Departamento de Letras Clássicas e Orientais do Instituto de Letras, 1-4.
Figueiredo, M. C., (2016) “Favaios: a vila, um aniversário, dois conceitos” [Online]
Disponível em: http://manuelcarlosfigueiredo.blogspot.com/2016/06/favaios-vila-um-aniversario.html (Data da consulta: 14 de Setembro de 2021).
Figueiredo, M. C. A., (2015) “Favaios: Origem do Topónimo” [Online]
Disponível em: https://manuelcarlosfigueiredo.blogspot.com/2015/01/favaios-origem-do-toponimo.html (Data da consulta: 14 de Setembro de 2021).
Redentor, A., (2000) “Povoados fortificados com pedras fincadas em Trás-os-Montes”. Conimbriga, Volume XXXIX, Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 5-51.
Rocha, A. R., (2017) “O Vale do Tua desde a formação da nacionalidade ao fim da Idade Média”, in P. C. Carvalho (ed.), Estudo Histórico e Etnológico do Vale do Tua (Concelhos de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor), Porto: Edições Afrontamento, 59-125.
‘Pão e circo’, expressão muito conhecida entre as camadas de investigadores que se dedicam à civilização romana, que segundo Ronai eram “as duas únicas coisas que interessavam ao povo romano de sua época” (da Silva, 2015). A expressão traduz, de um modo satírico, aquilo que movia as massas romanas – o pão enquanto alimento, e o circo enquanto distração. Contudo, muitos historiadores têm posições distintas quanto a esta e quanto à sua natureza. ↑
Segundo os dados recolhidos por Ana Rita Rocha (2017: 100), na Chancelaria de D. Afonso III, liv. II, doc. 8, 27-28, neste foral D. Afonso II determinara que os habitantes de Favaios “deviam dar de parada, entre outras coisas, um almude de pão cozido, metade de trigo e outra metade de centeio”. ↑
“As poucas cartas de foral concedidas por Afonso II e D. Sancho II revelam uma ação centrada em Trás-os-Montes, mais em concreto em torno de Vila Real, englobando uma nítida do Vale do Tua. Ou seja, houve uma intenção comum de povoar a zona central de Trás-os-Montes, acima do rio Douro, o que não impediu a fundação de concelhos mais a sul e até a norte.” (Rocha, 2017: 67). De acordo com a entrada no blog de Manuel Figueiredo (2015), Favaios, foi a primeira povoação a adquirir o estatuto de vila, com a Carta de Foral que lhe foi concedida em 29 de Setembro de 1211, por D. Afonso II. ↑
ANTT, Chancelaria de D. Dinis, Liv. 1, fls. 223-224. ↑
Sobre o castro de Santa Bárbara, Carvalho (2017: 274) deixa-nos o seguinte: “Do povoado de Santa Bárbara, situado num cabeço sobranceiro à vila de Favaios, pouco restará. O atual recinto religioso acaba por ocultar os restos das construções e das prácticas de outrora. O sítio, porém, terá sido um pequeno povoado fortificado romanizado, cuja ocupação progressivamente se terá deslocado para cotas mais baixas, em direção à área ocupada pela vila de Favaios.” ↑
No decurso da Romanização registada na região, nomeadamente na zona com faixa de contacto entre o granito e o xisto, “um bom exemplo de sítios romanos existentes nesta faixa, são S. Domingos, S. Bento, onde há sinais de uma possível villae e S. Jorge de Favaios com uma estela funerária dedicada aos Sagrados Deuses Manes por três irmãs – Faccila, Faccina e Materna – em memória de um irmão falecido na idade de 18 anos” (Almeida & Almeida, 2004: 352). ↑
“Em qualquer um destes sítios a presença de cerâmicas romanas está mais que atestada, mas são os dolia quem verdadeiramente imperam. A sua função foi a de guardar e conservar cereais e líquidos e nestes a primazia ia para o azeite e no caso vertente, bem mais para o vinho. Muitos destes recipientes fragmentados foram observados no Castelo de Vilarinho de Cotas, no Castelo de Castelo, em Casal de Loivos, nas Cortinhas/Piolho (S. Mamede de Ribatua) e em São Bento (Favaios). Tratam-se de zonas xistosas, mais propícias ao cultivo e produção de vinho, desde os tempos primeiros dos romanos nesta região.” (Almeida & Almeida, 2004: 353). ↑
“Considerando que nesta área de Favaios/Alijó poderia situar-se um cruzamento de estradas romanas (uma que viria de Roriz, no Douro, e outra dos lados de S. Mamede de Ribatua, depois de galgar o Tua), não será despropositado propor a presença de uma estalagem viária nesta área, podendo a povoação romana que se estendeu a sul do povoado de Santa Bárbara de Favaios ter-se precisamente constituído em torno desta mutatio”. ↑
A Câmara Municipal de Alijó elaborou um roteiro arqueológico que disponibiliza os acessos a cada um dos monumentos inventariados no concelho, incluindo o Castro do Vilarelho (41°16’ 41.4”N,7°29’38.5”W). Consulte o seguinte link: http://www.arqueologia.cm-alijo.pt/Roteiros_GE.htm . ↑
“O espólio recolhido é constituído por alguns fragmentos de cerâmica de fabrico manual atribuíveis à Idade do Ferro” (Redentor, 2000: 30). ↑