Com a ajuda das fabulosas recensões críticas da Notre Dame Philosophical Reviews, apresentamos mais alguns títulos recentes do mercado editorial da filosofia.




Começamos com um volume de Tommie Shelby’s, The Idea of Prison Abolition, que analisa a proposta de Angela Davis sobre a abolição do sistema prisional nos Estados Unidos, criticando-a e propondo a sua transformação numa espécie de adaptação das prisões existentes de modo a executarem a sua função sem os defeitos que presentemente as regem. Depois, de Claire Horisk, Dangerous Jokes: How Racism and Sexism Weaponize Humor, uma análise de como a linguagem do humor perpetua hierarquias sociais, abordando vários actores nessa complexidade de relações como o público a quem a piada é destinada, o carácter meramente observacional ou a dimensão sócio-grupal da diminuição pelo humor, etc. Ainda, de David Papineau, The Metaphysics of Sensory Experience, uma abordagem ao debate entre realismo ingénuo e representacionalismo na epistemologia e na metafísica da experiência sensorial. E por último, de Danielle Allen, Justice by Means of Democracy, uma súmula do trabalho da filosofa especialista em pensamento clássico, fundadores da democracia americana e teorias contemporâneas de filosofia do direito.




Temos ainda, de Frederick Neuhouser, Diagnosing Social Pathology: Rousseau, Hegel, Marx, and Durkheim, um volume sobre filosofia política que traz paralelos entre a actividade das sociedades com a actividade dos organismos vivos, importanto a noção de patologia social de filósofos da antiguidade como Platão, os Sofistas e Tucidídes, relacionando-os com os autores contemporâneos referidos. De David Charles (ed.), The History of Hylomorphism, uma panorâmica sobre a famosa teoria aristotélica que postula todos os objectos do mundo natural como constituídos por matéria e forma. Ainda de Paul Thom, Opera as Art: Philosophical Sketches, um ensaio sobre filosofia de ópera a partir de Claudio Monteverdi, Orfeo (1607), e Alban Berg, Wozzeck (1925). Por fim, de Neil Van Leeuwen, Religion as Make-Believe, mais uma tentativa de enquadrar o fenómeno universal da religião numa teoria filosófica específica, neste caso numa versão do “fazer-de-conta” semelhante às teorias do autor alemão Hans Vaihinger, que distingue uma assunção factual de uma assunção ficcionada.