
João Marques de Almeida, na CNN, Contrapoder, lança uma casca de banana, Ana Sá Lopes escorrega à primeira. Eu fui mais longe, fui imaginar como seria o mandato presidencial da doutora Ana Gomes! Vamos lá…. (Texto de pura ficção, sátira)
☭UMA PRESIDÊNCIA À GOMES☭
No dia seguinte à posse, Ana Gomes entra em Belém e arranca os quadros dourados das paredes. “Não pode haver luxo numa República Popular!” decreta. Ordena a substituição dos tapetes por linóleo barato, transforma o Salão Nobre num refeitório coletivo e instala uma mesa de madeira velha onde agora despacha assuntos do Estado. No exterior, uma enorme bandeira vermelha tremula, com o lema “O povo governa. Os capitalistas rastejam.” Inicia também uma remodelação dos jardins de Belém, onde nasce uma piscina olímpica de 50 metros que fará parte de uma putativa candidatura de Portugal aos “Jogos sem Fronteiras”. O primeiro decreto não se faz esperar: nacionalização total dos supermercados. O Continente torna-se o “Armazém Popular do Proletariado”, e o Pingo Doce vira o “Mercado Operário 25 de Abril.” Em menos de 48 horas, os produtos desaparecem das prateleiras, porque o povo interpreta “propriedade pública” como “levar o que quiseres.” Mas Ana Gomes mantém-se firme: “O problema não é o modelo, é a falta de consciência de classe.” O segundo grande passo é acabar com a comunicação social independente. Todos os jornais, rádios e televisões passam a integrar a Agência Popular de Informação, onde só se publicam notícias aprovadas diretamente pelo Gabinete de Educação Ideológica. O telejornal das 20h é substituído por uma transmissão diária onde Ana Gomes lê excertos do Manifesto Comunista, intercalados com críticas ao FMI e à NATO.
Ana Gomes e o TWITTER
Declara guerra direta a Elon Musk e ao X, “a maior ferramenta de alienação de massas desde a telenovela da Globo.” Num dos seus primeiros atos presidenciais, decreta que o acesso ao Twitter/X em Portugal é bloqueado e substituído por uma nova plataforma estatal chamada “Voz do Povo”, onde só são permitidas mensagens que promovam a revolução ou denunciem comportamentos burgueses. Musk, claro, respode num tweet “Ana Gomes é uma versão beta de Che Guevara com bug no sistema.” Ana, acusa Musk de imperialismo digital e lança um desafio público: “Vem cá instalar as fábricas da Tesla mas prepara-te para que sejam geridas por conselhos operários!”
UMA DEMOCRACIA AINDA MAIS PURA……
No terceiro mês de mandato, Ana Gomes dissolve a Assembleia da República, argumentando que “o parlamentarismo burguês é uma fraude.” No seu lugar, instala um Conselho Popular, formado por líderes sindicais, agricultores reformados e dois estudantes universitários que nunca acabaram o curso. “A voz do povo não precisa de intermediários,” explica, enquanto exibe com orgulho o novo sistema de votação por aclamação, testado numa reunião em Alcácer do Sal. Eleições? Para quê? Ana Gomes decreta que só haverá novas eleições quando “o povo estiver suficientemente educado para fazer escolhas revolucionárias.” Até lá, governa por decreto e instala comités populares em cada freguesia para “monitorizar” o comportamento dos cidadãos. Denúncias anónimas são incentivadas. O vizinho tem um carro novo? Pode ser um burguês infiltrado. Tem jardim? Provavelmente um explorador.
A ECONOMIA!
O setor privado desaparece rapidamente. Todas as empresas com mais de cinco funcionários são convertidas em cooperativas. O banco central é renomeado Banco Popular Operário, e o escudo volta a circular, rebatizado como “Escudo do Povo.” A nova moeda só serve em Portugal, mas Ana Gomes garante que “não precisamos do mercado internacional, só da solidariedade entre camaradas.” A inflação explode, mas o governo diz que são “as últimas dores do capitalismo decadente.” Nos supermercados, a escassez chega a níveis venezuelanos. Quem quiser arroz ou papel higiénico tem de entrar numa fila que começa às quatro da manhã. “Isto é normal numa revolução,” diz Ana Gomes, numa entrevista transmitida diretamente do refeitório de Belém, onde almoça diariamente sopa de grão com operários da construção civil. O cardápio presidencial? Igual ao das cantinas escolares, porque “a igualdade começa na mesa.” A sobremesa, já longe dos olhares das câmaras, chega, Risotto de Trufa Negra com Espuma de Parmesão, tudo para a Própria Ana Gomes…. E pronto, a primeira República Popular de Ana Gomes em princípio será isto. Belém com um travo a sopa de grão mas bem regada com Barca Velha, mas só para os camaradas revolucionários de trazer por casa. Para os outros, da pipa, só da pipa.